As cidades inteligentes são atualmente um dos principais assuntos estudados em relação
ao desenvolvimento urbano. Isso se deve principalmente aos desafios impostos pela aceleração do processo de urbanização em todos os continentes e ao surgimento das megacidades, aquelas que possuem mais de 10 milhões de habitantes. Em 2020, 4 bilhões de pessoas vivem em áreas urbanas e há a expectativa de expansão desse montante para 7 bilhões em 2050 (dois terços da população mundial), segundo dados do relatório das Nações Unidas (ONU, 2018).
Obviamente, esse processo de urbanização acelerada traz consigo várias consequências.
Dentre os problemas enfrentados, destacam-se o congestionamento de veículos, poluição
e degradação ambiental, violência, insuficiência de serviços básicos (água, energia, saneamento etc.), desigualdades sociais e econômicas, e deficiência no acesso a bens culturais
e educacionais. Dado esse contexto, as cidades inteligentes surgem como uma alternativa
para mitigar as consequências da urbanização acelerada por meio do uso de tecnologias
sensitivas e cognitivas para gerenciar os serviços e infraestruturas das cidades.
Estima-se que o tamanho do mercado global de cidades inteligentes alcançou US$ 312,4
bilhões, em 2018, e atingirá aproximadamente US$ 1,56 trilhões até o final do ano de 2025,
segundo dados da consultoria Frost & Sullivan (2019). No Brasil, também os números impressionam. O estudo conduzido pelo BNDES (2018), Plano Nacional de IoT (internet das
coisas ou internet of things), estimou, para 2025, que apenas no âmbito da IoT poderiam ser
adicionadas entre $50 e 200 bilhões de dólares à economia brasileira, sendo entre 0,9 e 1,7
bilhões referentes a cidades inteligentes.
Segundo dados do Smart City Strategy Index 2019 (ROLAND BERGER, 2019), índice elaborado pela consultoria internacional Roland Berger, que analisa cidades inteligentes com estratégia instituída, as regiões que apresentam o maior crescimento de cidades inteligentes
no mundo são América do Norte, Europa e Ásia. Cerca de 41% das cidades inteligentes estão
situadas na Europa, 27% na Ásia, 24% na América do Norte e apenas 8% nos demais continentes. Esse predomínio também pode ser observado nos rankings mundiais de avaliação
de cidades inteligentes, como o World Smart City Awards (SMART CITY EXPO, 2019), apresentado no maior evento sobre cidades inteligentes (Smart City Expo World Congress).
Cidades inteligentes: Uma abordagem Humana e Sustentável
o IESE Cities in Motion (IESE, 2019), organizado anualmente pela Universidade de Navarra
desde 2014, sempre figurando nas primeiras colocações cidades desses três continentes.
Antes de adentrar nas particularidades do contexto brasileiro, convêm um aprofundamento
no significado de cidade inteligente. O cuidado é particularmente pertinente, pois percebemos ao longo do estudo a preocupação de cidades no Brasil e no exterior de adotar o termo
“inteligente” como uma medida de marketing político. Como veremos adiante, parte da
confusão em torno do tema diz respeito à profusão de definições na literatura acadêmica e
não acadêmica. Não obstante vários autores relatarem a ausência de convergência sobre o
conceito de cidade inteligente, existem pontos em comum apresentados nas definições e
políticas sobre o assunto.
O estudo Cidades Inteligentes, desenvolvido entre 2019 e 2020, é relatado pela deputada
Angela Amin e pelos deputados Francisco Jr., Haroldo Cathedral e Eduardo Braide, e conduzido com o apoio técnico da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. O trabalho foi dividido em três etapas. Uma primeira, de prospecção e contextualização do tema
junto a representantes dos setores público e privado, incluindo administradores, gestores,
sociedade organizada e academia. As atividades incluíram a participação em eventos externos, reuniões, audiências públicas e organização de seminário. Nessa fase, foi definido
o conceito de cidades inteligentes como “aquelas que permitem o desenvolvimento, com
sustentabilidade, de um ideal que relacione, de maneira crescente e inclusiva, o uso das
tecnologias disponíveis para interconectar a infraestrutura das cidades e impulsionar a capacidade humana de cocriar melhores condições de vida urbana, com reflexos políticos,
éticos, legais, sociais e econômicos”.
Diante dos diversos e imprecisos conceitos, até por ser uma temática relativamente nova, para este artigo se adotou como conceito para cidade inteligente: Uma cidade inteligente se forma quando investimentos em capital humano e social e tradicional (transporte) e moderna (TIC) infraestruturas tecnologias de comunicação alimentam um crescimento econômico sustentável e qualidade de vida, com uma gestão sábia dos recursos naturais por meio de uma governança participativa (CARAGLIU, DEL BO, NIJKAMP, 2011). As cidades sustentáveis ficam definidas neste trabalho como: “…assentamento humano constituído por uma sociedade com consciência de seu papel de agente transformador dos espaços e cuja relação não se dá pela razão natureza-objeto e sim por uma ação sinérgica entre prudência ecológica, eficiência energética e equidade socioespacial” (ROMERO, 2007). Ambos os conceitos não podem ser considerados como contrastantes; na verdade, eles compartilham muitos pontos em comum. Isso porque a atenção voltada para questões sociais, ambientais e econômicas tem enquadrado o debate sobre sustentabilidade e convergido na definição de cidade inteligente e, obviamente, na noção de cidade sustentável .
O Brasil tem todo o potencial para ser o país mais sustentável do mundo, pois temos os elementos necessários, tais como: SOL, VENTO, ÁGUA, etc…, temos muitas terras em que podemos fazer usinas , podemos usar os rios, podemos fazer casas sustentáveis populares já com módulos solares, para ter energia eletrica , termos tanques(Boilers) para aquecer a água, biodgestores para fazer o tratamento de água, ou seja, fazendo projetos dessa magnitude vamos trazer dignidade para as pessoas, alem disso podemos levar iluminação pública de qualidade, através de luminárias de LED (on/ off grid) de qualidade com isso aumentamos a segurança, colocando sistemas de segurança por toda a cidade através de monitoramentos de câmeras e alarmes 24 hs, tudo concentrado em um data centers que é o coração de todo o sistema, e que fica dentro de (CO) Centro de Operações local da cidade. Então já passou da hora de fazer alguma coisa para essas pessoas, levar moradia e água de qualidade, ter acesso à educação e a saúde, isso é trazer a dignidade para o povo brasileiro, é um dever e uma obrigação dos municípios, estado e união dar, pagamos muitos tributos e isso tem que ser revertido para os mais humildes o povo.
Estamos com esse projeto de cidades Inteligente e Sustentáveis e queremos ajudar o Brasil a sair desse problema, pois o Brasil está parado e precisa sair desse retrocesso, temos um exemplo disso no Norte, agua em abundância e quase nenhuma cidade tem água potável, isso é um absurdo, estamos em 2021, temos que pensar e fazer, colocar os projetos nas mesas e tira-lo do papel, fazer essas obras e deixar um legado para os que vierem depois.